terça-feira, 30 de junho de 2009

FINOL/75 – E O SONHO CONCRETIZOU-SE

Apesar de todas as dificuldades já apontadas no capítulo anterior chegámos à inauguração da feira.

O número de participantes que aderiram à iniciativa era suficiente para assegurar um grande certame. Este número foi conseguido graças à amizade que consegui fomentar no meio deles mas, como já o disse anteriormente, também à grande confiança que existia, apesar de tudo, no futuro de Angola.

E a provar o que digo está o facto de um dos expositores ter aproveitado todo o plafond de importação que, como feira internacional, possuímos para importar material vindo de Itália para Angola. E o volume era tal que chegou para encher todo um dos pavilhões da feira, destacando-se uma estação completa de lavagem automática de carros.

Só me comecei a preocupar se estaria tudo pronto a horas da inauguração quando começou o período de montagem da feira.

Era um hábito, que já me acostumara a viver, dos decoradores, durante o dia, pouco ou nada fazerem. Chegavam tarde e pelo dia fora confraternizavam uns com os outros, só começando a trabalhar já tarde e continuando pela noite fora. Era um costume habitual em todas as feiras e que em 1975 não foi alterado.

O pior é que quando começavam a trabalhar, por volta da meia-noite, começou a ser costume ouvirem-se, embora longe, uns rebentamentos de granadas e algumas rajadas de metralhadoras. E isso apavorava-os um pouco e iam-se deitar deixando o trabalho para o dia seguinte.

Esta alteração nos hábitos antigos deixava-me receoso que os trabalhos não se acabassem antes da inauguração. Mas tudo se foi compondo.

Nesse ano, para que ninguém ficasse melindrado ofereci a cada movimento denominados de libertação, módulos para também estarem presentes como expositores.

E com todos os trabalhos concluídos, a feira foi inaugurada na data prevista com a presença dos membros do então governo de transição. O primeiro-ministro, na altura da Unita, e o Secretário da Cultura, Manuel Rui Monteiro, do MPLA.

Pouco tempo antes da inauguração tive que discutir com os representantes dos movimentos que me queriam obrigar a retirar a bandeira portuguesa hasteada à entrada do certame e substitui-la pelas dos seus movimentos. Tive que lhes lembrar que, por enquanto, ainda estávamos em território português pois a independência era só em Novembro, altura em que esta bandeira deixaria de flutuar em Angola. Até lá teriam de a aceitar.

O problema foi ultrapassado e a inauguração decorreu sem mais incidentes.

O presidente da Associação felicitou-me por ter sido eu a pessoa a quem se ficou a dever esta realidade de que ele chegara a duvidar e respondi-lhe que eu nada teria conseguido sem o valioso contributo de todos os expositores.

Os jornalistas vindos de Luanda admiravam-se com a paz que reinava em Nova Lisboa quando na capital havia constantemente confrontações entre os três movimentos.

No dia seguinte, realizou-se o almoço oferecido a todos os expositores e para o qual não deixámos de convidar os representantes dos três movimentos.

E os dias iam correndo e a feira abrindo todas as noites, sendo visitada pelas pessoas embora em menor número do que era habitual nos anos transactos. Mas o ambiente era de paz nada fazendo prever que a tormenta estava prestes a rebentar.

De um dia para o outro tudo desmoronou repentinamente. Um dia tomámos conhecimento que a polícia havia sido desarmada e nessa noite a feira já não teve policiamento.

No dia seguinte telefonei para falar com o comandante da polícia e fui remetido para alguém que me disse chamar-se Hoggi Hend e que era o novo comandante que me informou já não existir polícia e automaticamente policiamento para a feira.

Apesar de tudo ainda mandei abrir a feira naquela noite e deu-se um acontecimento que me fez ver que já não havia condições de continuar.

As recepcionistas da Feira eram jovens estudantes que todos os anos me pediam para fazer aquele serviço de que gostavam bastante e lhes proporcionava ganharem algum dinheiro, Entre elas encontrava-se a minha filha.

Nessa noite, um comandante da FNLA que se denominava pomposamente Che Guevara, mandou uma das suas colaboradoras dizer à minha filha que fosse ao stand deles pois ele pretendia-lhe falar. Minha filha aflita telefonou-me para o comissariado e fui eu que fui falar com ele dizendo-lhe que se pretendesse alguma coisa se dirigisse à recepção da Feira pois as recepcionistas não tinham autorização para irem aos stands.

Vi, na altura, que já não havia condições de prolongar o certame até ao dia do encerramento. Chamei o encarregado do armazém, disse-lhe que me ia embora com a família e as restantes recepcionistas, sem dar nas vistas, e que encerrasse
a feira à hora normal mas que já não a abrisse no dia seguinte.

Na manhã seguinte comuniquei à Direcção da Associação a deliberação que tinha tomado que mereceu a sua inteira concordância.

A Finol/75, único certame que se realizou naquele ano em Angola conseguiu ter a sua inauguração na data anunciada mas já não teve o seu encerramento na data prevista.

Nesse mesmo dia, Nova Lisboa começava a ser invadida por caravanas de camionetas e por centenas de refugiados com todos os seus dramas.

Assim terminava a última feira que se realizou em Angola.

No próximo episódio relatarei o que foram os 19 mais longos dias da minha vida.

FINOL/75 – 2ª. Parte

A situação em Angola degradava-se dia a dia e só um visionário poderia teimar em realizar o certame.

Todos os dias haviam pessoas a deixar Angola. Eu havia sido convidado a visitar o Brasil, convite que acabei por não aceitar porque os aviões começavam a ir cheios, porque receava deixar a família sozinha em Angola e porque toda a minha preocupação era que a Finol/75 se realizasse.

Pelo Carnaval deu-se o primeiro caso preocupante em Nova Lisboa. Eu mandara construir no recinto da feira uma discoteca, a Boite Etc, que era explorada pelo meu filho mais velho.

Para evitar qualquer confusão durante o Carnaval, meu filho resolvera que durante aquele período, a boite só seria frequentada por quem tivesse mesa marcada.

Eu estava numa das mesas com o resto da família e alguns amigos e vivia-se um ambiente de alegria quando tudo se complicou. Numa das mesas, um grupo de oficiais do exército português, já um pouco embriagados, levanta a confusão de que tinha sido roubada a carteira de um deles e ninguém sairia dali sem ser revistado.

E, não satisfeitos com isso, telefona para o quartel e manda vir a tropa que cercou a boite, todos de G3 apontadas. Enquanto eu tentava serenar os ânimos, alguém telefonou para o MPLA a relatar o que se estava a passar e de imediato surgiram os guerrilheiros que tomaram posições entre a tropa e a boite. Estava iminente uma confrontação pois não satisfeitos com a situação que haviam arranjado ainda a tentavam piorar distribuindo cerveja aos militares.

Aí assisti à atitude de um guerrilheiro que demonstrou muito mais bom senso. Chamou um dos oficiais que estava tentando dar uma caneca de cerveja a um militar e disse-lhe: “Meu capitão, armas e álcool não são bons conselheiros. Por favor não faça isso”.

Durante alguns minutos a situação esteve muito tensa e a todo o momento podia-se dar ali uma confrontação de resultados lamentáveis. Por fim, os ânimos serenaram e, não sei se por terem passado os vapores do álcool, os oficiais mandaram recolher a tropa ao quartel o mesmo sucedendo com o MPLA.

No dia seguinte, apresentei queixa, sem qualquer resultado, no quartel contra o procedimento daqueles oficiais que não obtiveram outro resultado senão um pedido de desculpas do comandante.

Dois dias depois, um dos contínuos da feira veio entregar-me uma carteira que havia encontrado no meio das ervas. Certamente que aquele oficial havia dado um passeio à volta da boite para tomar ar e tentar minorar um pouco os efeitos do álcool e perdera a carteira.

Passado algum tempo, estava no cinema quando, no intervalo, alguém me disse que o prédio onde eu morava iria ser alvo de uma rusga que procurava armas. Embora, nunca tivesse tido uma única arma, por ser contra elas, não fiquei sossegado e já não assisti ao resto do filme pois tinha a mulher e dois filhos sozinhos em casa. O mais velho, entretanto, casara e já tinha abalado com a mulher para Lisboa.

Por volta das três da madrugada começámos a ouvir passos na escada, para baixo e para cima e, às tantas, bateram-me à porta quase como se a quisessem arrombar. Pretendi ir abrir mas a minha mulher, sempre protectora, impediu-me de o fazer e foi ela abrir.

Era elementos do exército “desunificado” composto pelos três movimentos e militares portugueses que passaram busca a toda a minha casa.

Apesar do ambiente que se vivia eu continuava com a ideia fixa de realizar a Finol e, através do telefone, contactava todos os possíveis expositores no sentido de os entusiasmar a estarem presentes. Era habitual, durante o ano, visitá-los e falar sobre a sua presença na feira. Em 1975, por falta de segurança, já o não fiz limitando-me a contactos pelo telefone.

Apenas, dias antes da inauguração da Feira passei alguns dias em Luanda para ultimar os últimos detalhes.

E a FINOL/75 realizou-se e, apesar de todas as contrariedades que sofreu, foi um grande certame como se poderá ver no próximo capítulo.

FINOL/75 – UM SONHO QUE PARECIA DIFÍCIL CONCRETIZAR - 1ª parte

Falar da Finol/75 é como falar um pouco da minha vida.

Em 1971, a Companhia Mineira do Lobito, onde trabalhava, resolveu transferir todos os seus serviços sedeados em Nova Lisboa para o Jamba onde se encontravam as suas minas principais.

Como estava para vir de “graciosa”, pensava ficar por Lisboa e não regressar a Angola quando aquelas férias terminassem.

Sabendo da minha intenção, Carlos Pinto Leite ofereceu-me um lugar na Associação Comercial de Nova Lisboa para ocupar o cargo de comissário da então Fonol - Feira Oficial de Nova Lisboa.

A oferta era tentadora pois oferecia-me um vencimento de 16 contos mensais, muito bom para a altura, ajudas de custo já não me lembro de quanto mas que chegavam para me instalar no Hotel Trópico, em Luanda, e ainda 10% nas receitas do certame.

Resolvi aceitar o lugar para quando regressasse de férias, comprometendo-me a internacionalizar aquela feira o que, na altura, só acontecia com o certame de Luanda.

Gozei férias em Portugal e, no regresso não aceitei a ida para o Jamba saindo da Mineira sem qualquer indemnização mas aceitando, em sua substituição, o ficar com as mobílias e electrodomésticos com que aquela Companhia
tinha apetrechado a minha casa.

Assim que entrei para a Associação dois pontos importantes me desafiavam. Conseguir internacionalizar a feira o que seria difícil pois já existia uma em Angola, a de Luanda, e aumentar o número de expositores de forma a poder, dentro de pouco tempo, rivalizar com aquela. Tarefa difícil mas não impossível como se veio a verificar.

Contactada a UFI, União das Feiras Internacionais, esbarrei com alguns obstáculos que, perante os meus argumentos e insistência, foram demovidos e assim conseguimos que o certame fosse reconhecido como internacional e daí a FONOL ter passado a designar-se FINOL – Feira Internacional de Nova Lisboa.

Estávamos cientes que o segundo objectivo dificilmente seria obtido pois a FILDA – Feira Internacional de Luanda era já um grande certame e realizava-se na capital da Província.

Embora nos quatro anos em que a FINOL se realizou o número de expositores tivesse sempre aumentado era difícil, senão impossível, ultrapassar a grandeza que a feira de Luanda já tinha.

Por isso tínhamos pensado, a exemplo do que se fazia na FIL, em Lisboa, começar a realizar, ao longo do ano, vários salões temáticos de que já estavam projectados dois que só não tiveram concretização devido à precipitação de toda a situação em Angola.

Além, destes salões de expressão mais pequena estudávamos um de grandes dimensões que pudesse ter interesse mundial e para isso estávamos a pensar num cujo tema seria o café.

Assim fomos até 1975, ano em que já não se realizou nenhum certame em Angola a não ser o de Nova Lisboa que já ninguém acreditava ser possível.

A direcção da Associação já resolvera que não havia possibilidades de o realizar, mas a minha teimosia, à amizade que conseguira granjear entre os expositores, aliada à esperança que ainda tinha de ser possível de continuar a construir uma grande economia em Angola, permitiu que a FINOL/75 tivesse a sua inauguração com umas dimensões que ninguém esperava.

Infelizmente, não chegou a durar até ao fim. Mas isso fica para relatar na segunda parte desse acontecimento que acabou em tragédia.

RECORDANDO O VELHO TEATRO NACIONAL D. MARIA II

A semana passada tive o prazer de assistir a uma boa noite de teatro o que, digo com tristeza, há muito tempo não sucedia.

Com bastante mágoa minha, eu que durante muitos anos, em Lisboa, não perdia uma única peça, apenas fui ao renascido D. Maria II duas vezes.

Uma para ver o “Passa por Mim no Rossio, e agora para assistir ao “Agosto em Osage”.

Apesar de desterrado, há longos anos em Évora, ainda tentei, numa das minhas deslocações a Lisboa, ver a Eunice na “Mãe Coragem”, mas encontrei sempre a lotação esgotada. Para meu mal, mas para bem do teatro que teve um público que soube apreciar a belíssima peça de Bertolt Brecht e a extraordinária interpretação daquela grande Senhora do teatro que é Eunice Munoz e que depois tive oportunidade de ver na televisão, embora não fosse a mesma coisa.

Mas tarde. quis ver o meu grande Amigo Ruy de Carvalho naquela personagem, que tanto sonhou interpretar, “Rei Lear”. Todos os dias tentei adquirir bilhete mas deparei sempre com a lotação esgotada e, ao fim de uma semana, verifiquei com espanto que havia terminado a sua exibição.

Fiquei na esperança que viesse a ser reposta o que se chegou a falar mas que não teve concretização porque, entretanto, haviam destruído os seus cenários. São razões que a razão desconhece, fruto de um mundo que, por vezes, não consigo compreender por mais esforços que faça.

Assisti, agora, como dizia a princípio, ao “Agosto em Osage” e dei por bem empregue a viagem e o ter de me deitar já depois das duas da madrugada.

Com uma boa encenação de Fernanda Lapa e com um excelente elenco de que me permito destacar as excelentes interpretações de Lia Gama e Margarida Marinho. Trata-se de uma peça com um grande número de personagens, treze, e com três horas e vinte minutos de duração já pouco usual no teatro moderno.

O autor Tracy Letts, que desconhecia, escreveu um drama que está na esteira de autores como Tennessee Williams e Eugene O’Neill e que desmistifica o “sonho americano”.

Mas se apreciei tanto aquele momento de bom teatro, não foram menos importantes os momentos que vivi, antes da peça começar e durante os intervalos, lembrando todas as recordações que guardo do velho D. Maria antes deste ter sido destruído pelas cinzas. E como foi bom a memória reviver tantos e tão belos momentos.

Recordei as excelentes interpretações e grandes peças que, apesar de todos os obstáculos que a Censura lhe levantava, Amélia Rey Colaço conseguiu levar a cena.

Recordei as vezes que, como amador, ali tive o prazer de representar.

Revi, em imaginação, o local onde ficava o camarim da Avó Palmira e as conversas que com ela tive o prazer de ter, momentos inesquecíveis que hei-de recordar aqui no blog.

E. em imaginação, fui até ao camarim de Pedro Lemos lembrando as lições que dele recebi e como se estreitaram os nossos laços de amizade.

E aquela noite memorável em que alguém convenceu o General Norton de Matos a ir ao teatro e ali deparou, ao intervalo, com uma estrondosa manifestação que, em segredo, lhe havíamos preparado e que conseguiu passar através das malhas da Pide que não a conseguiu impedir. Como recordo, na cadeira ao meu lado, em pé em cima dela,Manuel João Palma Carlos dando vivas à República e à liberdade. Noite que pude lembrar quando, pouco tempo depois, festejava o meu décimo nono aniversário incomunicável nos “curros” do Aljube. Mas não conseguiram tirar-me o prazer daquela noite.

E as confusões e aproveitamentos aproveitados pelo facto de os actores estarem espalhados pelo teatro na peça “ O Processo de Jesus”.

Momentos que recordei nessa noite e que, a pouco e pouco, hei-de trazer a este blog.

IN MEMORIAM

Ao iniciar este blog a minha lembrança tem de ir forçosamente, em primeiro lugar, para aquela querida companheira que além dos cinquenta e sete anos de felicidade que me proporcionou, me deu sempre o apoio em todas as minhas iniciativas.
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Sem a força que sempre me soube incutir não teria sido possível concretizar o pouco que fiz ao longo da minha vida.

Sempre com uma palavra de simpatia para todos os meus amigos soube fomentar amizade em todos com quantos privou.

É recordando-a com muita saudade que peço autorização ao meu Amigo Fernando Pereira para deixar aqui a homenagem que lhe prestou e que tanto me sensibilizou.

a menina pequenina
Creio que foi há 4 anos, na tertúlia sobre a Temporada Angolana de Automobilismo de 1974. Estava uma senhora idosa, que ficou entusiasmadíssima por falar de Angola, recordar Angola, recordar quase toda a sua vida e o local onde fora imensamente feliz. Parecia uma menina pequenina a contar-me aquilo tudo, com imensa saudade. Mais tarde, já não se recordava de mim. A doença tomou-a, implacável. Agora, partiu. Estará certamente a voar sobre o seu Huambo a abençoar meninos "pretinhos".

segunda-feira, 29 de junho de 2009

INTROITO

INTROITO

Uma já longa vida à aquela me entreguei com toda a força, permitiu que tivesse vivido bons momentos e tivesse convivido com pessoas dos mais variados estratos e com gostos diferentes mas próximos dos meus que permitiram momentos inolvidáveis.

Nalguns fóruns deixei pedaços destes momentos que para mim tiveram grande importância e daí pensei continuá-los a recordar neste blog como uma caixa de recordações. Aqui ficarão arquivados e não dispersos por vários lados.

Toda a minha vivência nos automóveis, no teatro, na feira de Nova Lisboa e todos os artistas, escritores e desportistas que tive a honra de conhecer ao longo da vida pretendo deixar aqui recordados como algo que faz parte da minha vida.

É possível que muitos dos “posts” que aqui colocar interessem só a mim, mas se alguma coisa puder dizer algo a muitos dos meus Amigos, será para mim um prazer que partilhem comigo estes momentos tornando-os ainda mais vivos.

Recordar é viver e assim eu vou poder desfrutar alguns desses momentos e deixar aqui alguma coisa da minha vida.

Também aqui deixarei algumas coisas que Amigos meus tem escrito o que, igualmente, me tem proporcionado alguns momentos de muita felicidade.

Será o arquivo de uma vida que pouco ou nada pôde proporcionar à sociedade mas que foi feito com grande entusiasmo e numa entrega total.