terça-feira, 1 de dezembro de 2009

SAUDADE

Ai, querida Teresinha, como é diferente o dia de hoje com o de há cinquenta e sete anos atrás.

Aquele foi um dia de sol em que o frio não se fazia sentir porque era aquecido pelo calor de um amor muito grande que nascia e que duraria para todo o sempre!

O de hoje é um dia triste, frio e chuvoso, que acompanha a minha grande dor de já não te ter junto de mim.

Na nossa campa, deixei-te um ramo de rosas e ali estive a fazer-te companhia.

Estavas tão perto e tão longe!

Até quando, meu querido amor?

Há alguns meses, procurando um papel, na nossa casa, encontrei o bilhete que me escreveste a dar-me os parabéns dos meus setenta e dois anos.

Cheio do carinho que sempre me dedicaste, lamentavas “como tudo passou tão depressa.

Foi, de facto, assim. Tudo passou como um meteoro tal a felicidade que sentíamos em estarmos juntos.

Hoje, estou sozinho, apesar do amor e aoio dos filhos, e não há um só dia em que não te recorde com uma saudade tão grande que faz doer e encherem-se os meus olhos de lágrimas.

Cada dia que passa tudo se torna cada vez mais difícil.

Até quando, meu amor adorado!

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