Minha querida e adorada Teresinha, faz hoje um ano que me deixaste aqui sozinho com uma saudade tão grande, tão grande que parece aumentar dia a dia.
Estive junto da nossa campa recordando todos os maravilhosos momentos que passámos juntos com uma dor muito grande por já não os podermos viver.
Passou tudo tão depressa como deixaste escrito num dos bilhetes que me escreveste e que guardo junto de mim.
Meu amor com que saudade tão grande eu te recordo.
“Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.
Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos meus olhos tão puro viste.
E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa sem remédio, de perder-te,
Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou”
Luís de Camões
sexta-feira, 9 de abril de 2010
quarta-feira, 10 de março de 2010
OS MEUS OITENTA ANOS
O dia 15 de Fevereiro era para mim um dia particularmente difícil porque pela primeira, desde que casei, iria passar esta data sem a companhia da minha querida companheira de uma vida.
Quiseram os meus Amigos que eu não estivesse sozinho e de todo o lado surgiram comoventes mensagens que me emocionaram e me deram alento para continuar a caminhada.
Até o “Avô Motinhas” e Esposa roubaram algum do tempo das mini férias que andavam gozando para me fazer companhia durante grande parte da tarde.
Não por vaidade, até porque nem me considero merecedor de tudo com que me cumularam, quero deixar arquivadas no meu blogue, que pretendo seja um arquivo de recordações, a homenagem provocada pelo “patife” do meu Amigo Alexandre no fórum do AutoSport e a que a Cazimar idealizou no “Kandando de Angola”.
Para todos, incluindo as mensagens no Facebook e os tantos e tantos e-mails e telefonemas que me dirigiram a minha profunda gratidão.
OBRIGADOS QUERIDOS AMIGOS. BEM-HAJA.
FORUM DO AUTOSPORT
20 ANOS, QUATRO VEZES!!!!!!
Ou, como dizem os brasileiros, gato bola...
De certeza que cada um de nós, quando crescia, pensava que a maioridade (18, 19, 20, 21) nunca mais chegava...
Imaginem agora fazer pela 4ª vez, 20 anos...
Não é para todos, verdade????
E quando alguém que atinge uma meta destas, é alguém que todos nós conhecemos e admiramos, maior é a vontade de celebrar esse marco. Nós, que fomos "formatados" a papinhas, dificilmente lá chegaremos. Pelo menos com a lucidez, a sagacidade, a constante busca de novos conhecimentos, a curiosidade em ver coisas novas e concretizar sonhos, como é o caso deste nosso amigo. Eu, duvido seriamente que, se lá chegar, tenha essa vontade.
Enumerar os feitos dele (já o fiz 2 vezes), seria repetir-me. Para mim, basta-me 3 feitos para definir o Homem:
- o carinho com que é recordado por quem com ele privou. Ler os relatos do Jan Balder ou do mecânico Oliveira entre outros, ou testemunhar a forma como o Francisco Santos, no Algarve Historic Festival, o tratou, apesar de só ter corrido uma vez em Angola. Talvez por isso, se tenha enganado ao referir-se-lhe como "o Director da prova em Luanda". Era uns quantos km's (692) mais abaixo, mas não faz mal...
- a capacidade inata de conquistar todos com a sua maneira de ser e de estar, sem nunca "puxar dos galões"
- a forma como aceitou que eu, um perfeito desconhecido, que nuca estive sequer nas 6 Horas, o chateasse tanto. O mais que ouvi, e palpita-me que vou ouvir novamente, foi chamar-me de patife. Sou mais que isso, muito mais... Mas sou alguém que se pode orgulhar de ser seu amigo.
Depois de um ano de 2009 bastante complicado, com um daqueles golpes com que a vida nos brinda, só me resta desejar-lhe que o 2010 e a quádrupla vintena, o tragam de volta mais vezes ao nosso convívio. Quer virtual, quer pessoalmente, porque a sua falta é notada e sentida por todos nós.
Amigo Armando, um abraço e que venha a próxima vintena! Vai ver que não custa nada lá chegar. E, além do mais, tem a sua quinta e as suas galinhas para cuidar...
Contribuído por faster ,
COMENTÁRIOS
Parabéns
[Bagonha ]
Caro Sr. Armando Lacerda, nunca tive a oportunidade nem o prazer de consigo privar ou mesmo de o conhecer pessoalmente. Conheço-o através do que tem escrito aqui, neste forum, muito pouco ultimamente (e que falta que aqui faz...); conheço-o também, e principalmente, pela sua participação no Mazungue. E a admiração e o carinho e a consideração com que as pessoas que o conhecem a si se referem, fez com que, a pouco e pouco, também eu fosse compartilhando dessa admiração, desse carinho e dessa consideração. Quero neste feliz dia, caro "Presidente" Lacerda, desejar-lhe as maiores felicidades e uma longa vida cheia de saúde. E que esse encanto, esse saber, essa simplicidade e as deliciosas histórias com que, de quando em vez, nos vai deliciando, possam perdurar por muitos e bons anos.
Um grande abraço de parabéns e um grande Bem-haja.
Armando de Lacerda
Ao “patife” do Alexandre que teima em ver em mim aquilo que eu, de facto, estou muito longe de ser e a todos aqueles que se lembraram de mim neste meu aniversário o meu grande e sensibilizado abraço de agradecimento.
As provas de amizade que de todos vós tenho recebido têm sido um lenitivo para o mau momento que tenho atravessado.
Um obrigado muito grande com a promessa que vou tentar ser mais assíduo ao nosso fórum que tantos e tão belos e comovedores momentos me tem proporcionado.
OBRIGADO E BEM HAJA!
[Trabalhatumalandro
Nunca pensei que um dia, que a vida me iria deixar agradecer as emoções que senti, ao assistir a 4 provas das 6 Hora do Huambo. Por todas esses momentos, pelas emoções e pelas lembranças. Muito Obrigado.
[RC ]
Muitos parabéns ao jovem Armando e obrigado ao faster pela lembrança!
[DOWNFORCE ]
Caro Armando:
Muitos parabéns e que continue por muitos e bons, ser uma das mais brilhantes referências para todos nós que amamos os desportos motorizados.
Um abraço enorme:
Carlos Rodrigues (Downforce)
[IlGuerrieri ]
Muitos parabéns a uma das pessoas mais importantes que conheci neste fórum.
[Jójó ]
Parabéns "Bizinho" agora páre com a sesta e toca a cavar!
Abraço.
[Le Mans ]
Um Grande Grande Abraço caro Amigo Armando. Espero que este tenha sido um grande dia para si, passado na companhia dos seus ente queridos.
Espero voltara vê-lo este ano nos 1000 do Algarve, para mais um soberbo jantar e mais umas quantas da suas deliciosas histórias, mas, quem sabe se a gente ainda não se encontra antes num país um pouco mais distante...
[villickx ]
Apesar de hoje já ter trocado dois dedos de conversa com o meu amigo Armando não podia de deixar de lhe dar aqui também os meus parabéns e expressar o meu desejo que o proximo seja muito melhor qwue este.
Tive o prazer de no outro dia saborear um excelente arroz de lampreia a meias com o Armando ao mesmo tempo que degustavamos o melhor tinto do recem eleito melhor produtor de vinhos de Portugal. Foi um alegre e simpatico almoço em Évora com muita converseta à mistura na simpática companhia do Armando e do António Makkinen.
Espero em breve que haja o prolongamento.
Grande abraço Armando
A.
[makkinen ]
Fico á vossa espera na zona da Serra da Estrela.
Um abraço.
[Lua ]
De quem estais a falar??
[laserbombo ]
Um grande abraço Armando, os meus sinceros parabéns para uma grande pessoa que tenho o privilégio de conhecer.
[farapuso ]
É com um sorriso largo de contentamento que que me junto a esta festa ao nosso Grande Amigo.
E com a certeza que o Armando continuará a ser para nós muito uma pessoa muito querida e acarinhada.
Um enorme abraço para o "faster" que tomou esta iniciativa e outro ainda maior para o Armando Lacerda.
[AMoreno ]
Parabéns Armando, que tenha um dia muuuuuuito feliz.
[mits650 ]
Subscrevendo o belo texto do Faster, desejo-lho os meus sinceros parabéns por esta data tão bonita. Grande abraço. António
[Alen ]
Muitos parabéns, caro Armando. Desejo-lhe mais uma vintena com saúde e com o espírito a que nos tem habituado.
[vr ]
É o que se chama um verdadeiro piloto de endurance!
Os meus mais sinceros parabéns e votos de que possa cumprir muitas mais 'voltas' sem que a 'mecânica' o traia e na companhia dos que lhe são queridos.
Um abraço.
vitor ribeiro
[juxpot ]
Texto divinal que subscrevo vírgula a vírgula...
[makkinen ]
Faster:Fizeste bem em recordar ao"pessoal" do forum esta data.
Amigo Armando:Espero ve-lo a receber a bandeira de xadrez no fim da próxima série de 20 voltas,e apenas parar para reabastecer.
Um grande abraço.
KANDANDO DE ANGOLA
Amigo Lacerda
Em meu nome pessoal e do Fórum Kandando Angola, desejamos-te um,
Feliz Aniversário !
Com tudo de bom e do melhor, na companhia de todos aqueles que mais amas e te amam.
O kandando Angola, preparou para ti, um presente especial, que desde à muito eras merecedor dele.
Esperamos que gostes.Foi feito com muito carinho, amizade e consideração
Beijocas e um grande carinhoso kandandu angolano
Quiseram os meus Amigos que eu não estivesse sozinho e de todo o lado surgiram comoventes mensagens que me emocionaram e me deram alento para continuar a caminhada.
Até o “Avô Motinhas” e Esposa roubaram algum do tempo das mini férias que andavam gozando para me fazer companhia durante grande parte da tarde.
Não por vaidade, até porque nem me considero merecedor de tudo com que me cumularam, quero deixar arquivadas no meu blogue, que pretendo seja um arquivo de recordações, a homenagem provocada pelo “patife” do meu Amigo Alexandre no fórum do AutoSport e a que a Cazimar idealizou no “Kandando de Angola”.
Para todos, incluindo as mensagens no Facebook e os tantos e tantos e-mails e telefonemas que me dirigiram a minha profunda gratidão.
OBRIGADOS QUERIDOS AMIGOS. BEM-HAJA.
FORUM DO AUTOSPORT
20 ANOS, QUATRO VEZES!!!!!!
Ou, como dizem os brasileiros, gato bola...
De certeza que cada um de nós, quando crescia, pensava que a maioridade (18, 19, 20, 21) nunca mais chegava...
Imaginem agora fazer pela 4ª vez, 20 anos...
Não é para todos, verdade????
E quando alguém que atinge uma meta destas, é alguém que todos nós conhecemos e admiramos, maior é a vontade de celebrar esse marco. Nós, que fomos "formatados" a papinhas, dificilmente lá chegaremos. Pelo menos com a lucidez, a sagacidade, a constante busca de novos conhecimentos, a curiosidade em ver coisas novas e concretizar sonhos, como é o caso deste nosso amigo. Eu, duvido seriamente que, se lá chegar, tenha essa vontade.
Enumerar os feitos dele (já o fiz 2 vezes), seria repetir-me. Para mim, basta-me 3 feitos para definir o Homem:
- o carinho com que é recordado por quem com ele privou. Ler os relatos do Jan Balder ou do mecânico Oliveira entre outros, ou testemunhar a forma como o Francisco Santos, no Algarve Historic Festival, o tratou, apesar de só ter corrido uma vez em Angola. Talvez por isso, se tenha enganado ao referir-se-lhe como "o Director da prova em Luanda". Era uns quantos km's (692) mais abaixo, mas não faz mal...
- a capacidade inata de conquistar todos com a sua maneira de ser e de estar, sem nunca "puxar dos galões"
- a forma como aceitou que eu, um perfeito desconhecido, que nuca estive sequer nas 6 Horas, o chateasse tanto. O mais que ouvi, e palpita-me que vou ouvir novamente, foi chamar-me de patife. Sou mais que isso, muito mais... Mas sou alguém que se pode orgulhar de ser seu amigo.
Depois de um ano de 2009 bastante complicado, com um daqueles golpes com que a vida nos brinda, só me resta desejar-lhe que o 2010 e a quádrupla vintena, o tragam de volta mais vezes ao nosso convívio. Quer virtual, quer pessoalmente, porque a sua falta é notada e sentida por todos nós.
Amigo Armando, um abraço e que venha a próxima vintena! Vai ver que não custa nada lá chegar. E, além do mais, tem a sua quinta e as suas galinhas para cuidar...
Contribuído por faster ,
COMENTÁRIOS
Parabéns
[Bagonha ]
Caro Sr. Armando Lacerda, nunca tive a oportunidade nem o prazer de consigo privar ou mesmo de o conhecer pessoalmente. Conheço-o através do que tem escrito aqui, neste forum, muito pouco ultimamente (e que falta que aqui faz...); conheço-o também, e principalmente, pela sua participação no Mazungue. E a admiração e o carinho e a consideração com que as pessoas que o conhecem a si se referem, fez com que, a pouco e pouco, também eu fosse compartilhando dessa admiração, desse carinho e dessa consideração. Quero neste feliz dia, caro "Presidente" Lacerda, desejar-lhe as maiores felicidades e uma longa vida cheia de saúde. E que esse encanto, esse saber, essa simplicidade e as deliciosas histórias com que, de quando em vez, nos vai deliciando, possam perdurar por muitos e bons anos.
Um grande abraço de parabéns e um grande Bem-haja.
Armando de Lacerda
Ao “patife” do Alexandre que teima em ver em mim aquilo que eu, de facto, estou muito longe de ser e a todos aqueles que se lembraram de mim neste meu aniversário o meu grande e sensibilizado abraço de agradecimento.
As provas de amizade que de todos vós tenho recebido têm sido um lenitivo para o mau momento que tenho atravessado.
Um obrigado muito grande com a promessa que vou tentar ser mais assíduo ao nosso fórum que tantos e tão belos e comovedores momentos me tem proporcionado.
OBRIGADO E BEM HAJA!
[Trabalhatumalandro
Nunca pensei que um dia, que a vida me iria deixar agradecer as emoções que senti, ao assistir a 4 provas das 6 Hora do Huambo. Por todas esses momentos, pelas emoções e pelas lembranças. Muito Obrigado.
[RC ]
Muitos parabéns ao jovem Armando e obrigado ao faster pela lembrança!
[DOWNFORCE ]
Caro Armando:
Muitos parabéns e que continue por muitos e bons, ser uma das mais brilhantes referências para todos nós que amamos os desportos motorizados.
Um abraço enorme:
Carlos Rodrigues (Downforce)
[IlGuerrieri ]
Muitos parabéns a uma das pessoas mais importantes que conheci neste fórum.
[Jójó ]
Parabéns "Bizinho" agora páre com a sesta e toca a cavar!
Abraço.
[Le Mans ]
Um Grande Grande Abraço caro Amigo Armando. Espero que este tenha sido um grande dia para si, passado na companhia dos seus ente queridos.
Espero voltara vê-lo este ano nos 1000 do Algarve, para mais um soberbo jantar e mais umas quantas da suas deliciosas histórias, mas, quem sabe se a gente ainda não se encontra antes num país um pouco mais distante...
[villickx ]
Apesar de hoje já ter trocado dois dedos de conversa com o meu amigo Armando não podia de deixar de lhe dar aqui também os meus parabéns e expressar o meu desejo que o proximo seja muito melhor qwue este.
Tive o prazer de no outro dia saborear um excelente arroz de lampreia a meias com o Armando ao mesmo tempo que degustavamos o melhor tinto do recem eleito melhor produtor de vinhos de Portugal. Foi um alegre e simpatico almoço em Évora com muita converseta à mistura na simpática companhia do Armando e do António Makkinen.
Espero em breve que haja o prolongamento.
Grande abraço Armando
A.
[makkinen ]
Fico á vossa espera na zona da Serra da Estrela.
Um abraço.
[Lua ]
De quem estais a falar??
[laserbombo ]
Um grande abraço Armando, os meus sinceros parabéns para uma grande pessoa que tenho o privilégio de conhecer.
[farapuso ]
É com um sorriso largo de contentamento que que me junto a esta festa ao nosso Grande Amigo.
E com a certeza que o Armando continuará a ser para nós muito uma pessoa muito querida e acarinhada.
Um enorme abraço para o "faster" que tomou esta iniciativa e outro ainda maior para o Armando Lacerda.
[AMoreno ]
Parabéns Armando, que tenha um dia muuuuuuito feliz.
[mits650 ]
Subscrevendo o belo texto do Faster, desejo-lho os meus sinceros parabéns por esta data tão bonita. Grande abraço. António
[Alen ]
Muitos parabéns, caro Armando. Desejo-lhe mais uma vintena com saúde e com o espírito a que nos tem habituado.
[vr ]
É o que se chama um verdadeiro piloto de endurance!
Os meus mais sinceros parabéns e votos de que possa cumprir muitas mais 'voltas' sem que a 'mecânica' o traia e na companhia dos que lhe são queridos.
Um abraço.
vitor ribeiro
[juxpot ]
Texto divinal que subscrevo vírgula a vírgula...
[makkinen ]
Faster:Fizeste bem em recordar ao"pessoal" do forum esta data.
Amigo Armando:Espero ve-lo a receber a bandeira de xadrez no fim da próxima série de 20 voltas,e apenas parar para reabastecer.
Um grande abraço.
KANDANDO DE ANGOLA
Amigo Lacerda
Em meu nome pessoal e do Fórum Kandando Angola, desejamos-te um,
Feliz Aniversário !
Com tudo de bom e do melhor, na companhia de todos aqueles que mais amas e te amam.
O kandando Angola, preparou para ti, um presente especial, que desde à muito eras merecedor dele.
Esperamos que gostes.Foi feito com muito carinho, amizade e consideração
Beijocas e um grande carinhoso kandandu angolano
MORREU ALDA ESPÍRITO SANTO
Hoje, ao acordar e enquanto via as primeiras notícias da televisão, tive o choque de deparar com a morte da minha Amiga e grande poetisa da língua portuguesa Alda Espírito Santo.
Conheci a Alda há mais de 60 anos quando estudava em Lisboa e viveu algum tempo em minha casa onde travávamos grandes discussões em torno da literatura e de ideais políticos.
A Alda impunha-se pela sua forte personalidade e já profunda cultura a que eu contrapunha, com toda a impetuosidade dos meus 15 anos, a minha forma de ver as coisas naquela altura.
Depois, a vida afastou-nos daquele convívio que recordo com tanta saudade. Ela foi para São Tomé e eu deambulei por Portugal e Angola, embora acompanhasse sempre o seu percurso no campo da literatura e da política onde travou sempre uma grande luta pela independência da sua terra e pelos ideais que sempre defendeu.
Depois da independência de São Tomé, foi deputada, Ministra da Educação e Cultura, Ministra da Informação e Cultura e Presidente da Assembleia Popular da República.
No campo literário destacou-se como uma das mais conhecidas poetisas africanas da língua portuguesa, tendo os seus poemas aparecido nas mais variadas antologias lusófonas, assim como nos jornais e revistas de São Tomé e Príncipe, Angola e Moçambique.
Em 1976 publicou “O Jogral das Ilhas” e em 1978 o seu mais importante trabalho “É nosso o solo sagrado da terra”. Autora do hino de São Tomé, fundou a União Nacional dos Escritores e Artistas de São Tomé, onde era presidente.
Foi aí que a fui encontrar quando da minha recente visita a São Tomé, passados mais de sessenta anos sem nos vermos. Ainda tenho no ouvido a sua expressão de espanto quando se apercebeu de quem eu era: “ Armando? Não…!”.
Apesar dos seus 84 anos, ali trabalhava todos os dias das 11 às 13 e das 15 às 18 horas, organizando livros da literatura santomense e orientando os jovens escritores que iam surgindo. Só às terças e quintas-feiras não trabalhava da parte da tarde, por imposição dos familiares.
E o seu amor à cultura era tão grande que a primeira coisa que disse quando foi apresentada a meu genro foi: “Sr. Reitor, veja se consegue que exista uma livraria em São Tomé”.
Estava extraordináriamente lúcida para a idade que tinha e nada fazia prever que o desenlace estava tão próximo.
Que grande felicidade senti por ter tido possibilidade de ainda ter estado com ela e que grande tristeza me vai agora na alma.
ADEUS ALDA! ATÉ BREVE!
Onde estão os homens caçados neste vento de loucura
O sangue caindo em gotas na terra
homens morrendo no mato
e o sangue caindo, caindo...
Fernão Dias para sempre na história
da Ilha Verde, rubra de sangue,
dos homens tombados
na arena imensa do cais.
Ai o cais, o sangue, os homens,
os grilhões, os golpes das pancadas
a soarem, a soarem, a soarem
caindo no silêncio das vidas tombadas
dos gritos, dos uivos de dor
dos homens que não são homens,
na mão dos verdugos sem nome.
Zé Mulato, na história do cais
baleando homens no silêncio
do tombar dos corpos.
Ai, Zé Mulato, Zé Mulato.
As vítimas clamam vingança
O mar, o mar de Fernão Dias
engolindo vidas humanas
está rubro de sangue.
- Nós estamos de pé -
nossos olhos se viram para ti.
Nossas vidas enterradas
nos campos da morte,
os homens do cinco de Fevereiro
os homens caídos na estufa da morte
clamando piedade
gritando pela vida,
mortos sem ar e sem água
levantam-se todos
da vala comum
e de pé no coro de justiça
clamam vingança...
... Os corpos tombados no mato,
as casas, as casas dos homens
destruídas na voragem
do fogo incendiário,
as vias queimadas,
erguem o coro insólito de justiça
clamando vingança.
E vós todos carrascos
e vós todos algozes
sentados nos bancos dos réus:
- Que fizeste do meu povo?...
- Que respondeis?
- Onde está o meu povo?
...E eu respondo no silêncio
das vozes erguidas
clamando justiça...
Um a um, todos em fila...
Para vós, carrascos,
o perdão não tem nome.
A justiça vai soar,
E o sangue das vidas caídas
nos matos da morte
ensopando a terra
num silêncio de arrepios
vai fecundar a terra,
clamando justiça.
É a chamada da humanidade
cantando a esperança
num mundo sem peias
onde a liberdade
é a pátria dos homens...
(É nosso o solo sagrado da terra)
Eu vou trazer para o palco da vida
pedaços da minha gente,
a fluência quente da minha terra dos trópicos
batida pela nortada do vendaval de abril.
Eu vou descer á Chácara
Subir depois pelos coqueiros do pântano
ao coração do Riboque,
onde o Zé Tintche, tange sua viola
neste findar dum dia de cais
com gentes de longe
na Ponte Velhinha
num dia de passageiros(...)
Descendo o meu bairro
terça-feira, 8 de dezembro de 2009
RECORDANDO O NOSSO CASAMENTO
Como estávamos felizes, querida Teresinha, há cinquenta e seis anos!
Ao fim de um ano, em que nem um só dia deixámos de nos corresponder, o nosso sonho realizou-se com a concretização do nosso casamento.
E durante perto de cinquenta e seis anos vivemos uma felicidade enorme enfrentando tantas contrariedades e dificuldades mas também alegrias enormes como as do nascimento dos nossos filhos.
Em ti, tive sempre uma companheira com uma coragem invulgar dando-me apoio e aturando todas as minhas manias que tantas vezes te deixaram menos acompanhada para me entregar às coisas a que me dedicava como os automóveis e o teatro.
Mas sabia que ao chegar a casa te tinha sempre à espera dando-me alento para enfrentar todas as contrariedades e força para continuar.
Como fomos felizes, meu querido amor.
Hoje, é o primeiro aniversário do nosso casamento em que não estamos juntos e como isto é doloroso.
De manhã, quando dei os parabéns e desejei um dia feliz ao nosso Armando, pois também hoje ele faz anos de casado, que esforço enorme tive de fazer para ele não se aperceber que eu chorava.
Sempre desejei morrer antes de ti e só agora percebo como estava a ser egoísta com este desejo pois iria submeter-te a uma dor muito grande e compreendo porque, quando falávamos nisso, dizias que se tal sucedesse te matarias de seguida.
Infelizmente eu não tenho coragem para o fazer, mas vontade não me falta.
Até quando isto durará meu amor adorado que recordo todos os dias com uma saudade cada vez maior.
Ao fim de um ano, em que nem um só dia deixámos de nos corresponder, o nosso sonho realizou-se com a concretização do nosso casamento.
E durante perto de cinquenta e seis anos vivemos uma felicidade enorme enfrentando tantas contrariedades e dificuldades mas também alegrias enormes como as do nascimento dos nossos filhos.
Em ti, tive sempre uma companheira com uma coragem invulgar dando-me apoio e aturando todas as minhas manias que tantas vezes te deixaram menos acompanhada para me entregar às coisas a que me dedicava como os automóveis e o teatro.
Mas sabia que ao chegar a casa te tinha sempre à espera dando-me alento para enfrentar todas as contrariedades e força para continuar.
Como fomos felizes, meu querido amor.
Hoje, é o primeiro aniversário do nosso casamento em que não estamos juntos e como isto é doloroso.
De manhã, quando dei os parabéns e desejei um dia feliz ao nosso Armando, pois também hoje ele faz anos de casado, que esforço enorme tive de fazer para ele não se aperceber que eu chorava.
Sempre desejei morrer antes de ti e só agora percebo como estava a ser egoísta com este desejo pois iria submeter-te a uma dor muito grande e compreendo porque, quando falávamos nisso, dizias que se tal sucedesse te matarias de seguida.
Infelizmente eu não tenho coragem para o fazer, mas vontade não me falta.
Até quando isto durará meu amor adorado que recordo todos os dias com uma saudade cada vez maior.
terça-feira, 1 de dezembro de 2009
SAUDADE
Ai, querida Teresinha, como é diferente o dia de hoje com o de há cinquenta e sete anos atrás.
Aquele foi um dia de sol em que o frio não se fazia sentir porque era aquecido pelo calor de um amor muito grande que nascia e que duraria para todo o sempre!
O de hoje é um dia triste, frio e chuvoso, que acompanha a minha grande dor de já não te ter junto de mim.
Na nossa campa, deixei-te um ramo de rosas e ali estive a fazer-te companhia.
Estavas tão perto e tão longe!
Até quando, meu querido amor?
Há alguns meses, procurando um papel, na nossa casa, encontrei o bilhete que me escreveste a dar-me os parabéns dos meus setenta e dois anos.
Cheio do carinho que sempre me dedicaste, lamentavas “como tudo passou tão depressa.
Foi, de facto, assim. Tudo passou como um meteoro tal a felicidade que sentíamos em estarmos juntos.
Hoje, estou sozinho, apesar do amor e aoio dos filhos, e não há um só dia em que não te recorde com uma saudade tão grande que faz doer e encherem-se os meus olhos de lágrimas.
Cada dia que passa tudo se torna cada vez mais difícil.
Até quando, meu amor adorado!
Aquele foi um dia de sol em que o frio não se fazia sentir porque era aquecido pelo calor de um amor muito grande que nascia e que duraria para todo o sempre!
O de hoje é um dia triste, frio e chuvoso, que acompanha a minha grande dor de já não te ter junto de mim.
Na nossa campa, deixei-te um ramo de rosas e ali estive a fazer-te companhia.
Estavas tão perto e tão longe!
Até quando, meu querido amor?
Há alguns meses, procurando um papel, na nossa casa, encontrei o bilhete que me escreveste a dar-me os parabéns dos meus setenta e dois anos.
Cheio do carinho que sempre me dedicaste, lamentavas “como tudo passou tão depressa.
Foi, de facto, assim. Tudo passou como um meteoro tal a felicidade que sentíamos em estarmos juntos.
Hoje, estou sozinho, apesar do amor e aoio dos filhos, e não há um só dia em que não te recorde com uma saudade tão grande que faz doer e encherem-se os meus olhos de lágrimas.
Cada dia que passa tudo se torna cada vez mais difícil.
Até quando, meu amor adorado!
domingo, 8 de novembro de 2009
FREDDY VAZ – O PILOTO QUE TINHA UMA PRESSA ENORME DE VIVER

Freddy Vaz era um jovem alegre, com um entusiasmo contagiante e uma extraordinária ousadia que nem sempre respeitava as regras do bom senso e os limites de segurança.
Nas provas, abusava da sua perícia e queria sempre mais e mais como se tivesse uma pressa enorme de viver.
Vi-o correr apenas em três provas.
A primeira, nas “6 Horas” de 1968 tripulando um Volvo.
Ao passar na meta, no fim da primeira volta, comandava já, destacadamente, a prova. Mas, na segunda volta já não passou. Exigira demasiado do carro que não resistiu e ficou parado.
Voltei a vê-lo no Pequeno Circuito do Huambo, num Lótus 23, em que comandou a prova durante várias voltas até ter de parar nas boxes, por avaria, onde ficou retido durante várias voltas.
Quando retomou a prova, lançou-se numa velocidade desmedida à conquista do impossível que era recuperar o comando. Mas ele não pensava assim e cada vez acelerava mais, secundado pela sua boxe que, com o mesmo entusiasmo, o incitava a andar mais e mais.
A última vez que o vi foi nas “6 Horas” de 1969 em que a sorte o traiu, não acompanhando a sua fogosidade e, infelizmente, para ele a prova não durou seis horas.
Mas, vejamos como tudo se passou.
Admirámo-nos de, entre as inscrições, não estar a ficha do Freddy mas, naquela altura, era habitual os concorrentes aparecerem antes dos treinos e fazerem, então, as suas inscrições
Mas, nos treinos, o Freddy também não apareceu e pensámos que ele não participaria na prova.
Já na sede do Sporting, quando estavam praticamente concluídos os trabalhos do dia, ele apareceu finalmente mostrando vontade de alinhar na corrida.
Segundo o regulamento da prova, tal não era possível mas o Franchi Henriques, sempre com o seu feitio prestável e desejoso de satisfazer a vontade de toda a gente, pediu-me que redigisse um aditamento que permitisse o seu alinhamento.
Confesso que o fiz contrariado porque entendia que não se devem fazer aditamentos para beneficiar alguém e, assim, elaborando uma redacção que permitia o alinhamento no último lugar da grelha a qualquer carro e piloto que não tivesse efectuado treinos, acrescentei “desde que tivesse o consentimento expresso de todos os outros concorrentes”.
E, o Freddy, lá foi obter essa autorização, regressando com a mesma assinada por todos os pilotos inscritos.
Resolvido este assunto, outro problema surgiu: não tinha alojamento e os hotéis estavam todos cheios.
Conseguimos alojamento numa casa particular, mas o Freddy alegava que estava habituado a ficar em hotéis e não aceitava a solução encontrada.
Eu que já estava aborrecido com tanta exigência e, embora simpatizasse bastante com aquele jovem, “passei-me” e, um pouco duro, disse-lhe: Olha! O melhor é voltares para Benguela pois não fazes cá falta nenhuma.
Mas, este incidente depressa foi resolvido pois o Chico Barbosa aceitou que ele ficasse no seu quarto onde dispunha de duas camas.
Com o meu feitio, um pouco intransigente, sem o saber, estava a tentar evitar o encontro que o Freddy iria ter no dia seguinte, mas tudo se ia proporcionando para que, de facto, ele acontecesse.
O Freddy alinhou, correu com a sua habitual vivacidade e quando se encontrava na última volta, antes de entrar nas boxes para mudar de piloto, o carro embateu no lancil do passeio, despistou-se e foi raspar a parede do edifício dos Correios.
Não foi grande embate pois o carro mal ficou amachucado, tendo apenas a pintura raspada, e nada fazia prever um desenlace fatal. Mas, ele havia cometido duas imprudências: desapertara o capacete e levava o vidro da porta aberto.
No embate, bateu com a cabeça na parede. Tivesse ele o capacete apertado e a janela fechada e, estamos certos, nada do que sucedeu teria acontecido.
Ainda foi pelo seu pé para a ambulância que o conduziu ao hospital, mas, passado algum tempo, tomámos conhecimento que havia falecido.
O resto da prova desenrolou-se num ambiente de grande consternação, parecendo que o final da prova nunca mais chegava, mantendo-se um grande silêncio sobre o sucedido.
A festa da distribuição dos prémios foi cancelada e deu-se tudo por terminado após a ida ao pódio dos vencedores, para imposição da coroa de louros, e a respectiva volta de honra.
Só nessa altura se deu conhecimento da triste notícia.
A urna do malogrado Freddy Vaz foi colocada na sede do Sporting Clube do Huambo onde foi velada durante toda a noite.
Os vencedores das “6 Horas, José Lampreia e Álbio Pinto, ali compareceram a depor, junto à urna, as coroas de louros que haviam conquistado.
Na segunda-feira, a urna seguiu para Benguela, acompanhada de dezenas de carros.
Foi verdadeiramente impressionante ver, na descida da serra já de noite, as dezenas e dezenas de faróis por ali acima.
Em Benguela, ficou em câmara ardente numa das colectividades (já não me lembro qual) de segunda para terça-feira, dia em que se realizou o funeral.
A direcção das “6 Horas” esteve representada pelo Mira Godinho, pelo Franchi Henriques e por mim, nesta jornada tão triste do automobilismo angolano.
A imprudência de um capacete desapertado e de uma janela com o vidro aberto custou a vida a um jovem que poderia ter sido um grande piloto na história do automobilismo angolano quando a sua extraordinária perícia passasse a obedecer ao raciocínio, moderando a sua fogosidade que punha em risco a sua própria vida e a dos carros.
Em mim perdura a imagem de um jovem alegre, generoso e um pouco irreverente como é apanágio da juventude. Apesar de, naquela noite, ter sido um pouco duro e indelicado, nutria por ele uma grande simpatia e recordo sempre aquele dia com grande tristeza.
FREDDY VAZ TINHA UMA PRESSA MUITO GRANDE DE VIVER E DE CORTAR A META FINAL RAPIDAMENTE!
Etiquetas:
Automobilismo - 6 Horas de Nova Lisboa
sexta-feira, 6 de novembro de 2009
RECOMEÇO!
Durante dois meses, por falta de tempo e, muito principalmente, de disposição, estive ausente do meu blogue.
E durante este espaço de tempo tanta e tanta coisa houve para relatar e que fui deixando sempre para o dia seguinte.
Estive em S. Tomé e tantas recordações para relatar. Através de um apontamento no blogue tive oportunidade de conhecer membros da família que desconhecia e com eles ter o prazer de contactar através da net.
Foi muito o que deixei por dizer.
Vou retomar este cantinho de recordações.
Além dos momentos recentes que tenho para relatar, quero continuar aquilo que tinha projectado: deixar aqui arquivados alguns dos textos sobre o desporto automóvel espalhados pelos vários fóruns; guardar as traduções que fiz do “Sonho e a Obra”, assim como traduzir o que falta para ficar arquivada a história do “cavallino rampante” e escrever algumas memórias de teatro.
O projecto é grande e o tempo vai faltando para o concretizar. Não vou perder mais tempo.
Metamos, pois, mãos à obra!
E durante este espaço de tempo tanta e tanta coisa houve para relatar e que fui deixando sempre para o dia seguinte.
Estive em S. Tomé e tantas recordações para relatar. Através de um apontamento no blogue tive oportunidade de conhecer membros da família que desconhecia e com eles ter o prazer de contactar através da net.
Foi muito o que deixei por dizer.
Vou retomar este cantinho de recordações.
Além dos momentos recentes que tenho para relatar, quero continuar aquilo que tinha projectado: deixar aqui arquivados alguns dos textos sobre o desporto automóvel espalhados pelos vários fóruns; guardar as traduções que fiz do “Sonho e a Obra”, assim como traduzir o que falta para ficar arquivada a história do “cavallino rampante” e escrever algumas memórias de teatro.
O projecto é grande e o tempo vai faltando para o concretizar. Não vou perder mais tempo.
Metamos, pois, mãos à obra!
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