sábado, 22 de agosto de 2015

RECORDANDO A COSTA DO PASSADO

Sentado na esplanada do café da Rua dos Pescadores, na Costa da Caparica, olho para quem passa. A pouco e pouco, começo a viajar no tempo e aquele prédio que está à minha frente vai-se desvanecendo e vejo o velho “Pape-seco” com a sua esplanada onde nos sentávamos a lanchar. No meio daquelas pessoas. eu caminho com toda a energia dos meus vinte e poucos anos e, comigo, a minha querida Teresinha e os nossos filhos de pouca idade e com a alegria das férias que, todos os anos, ali passavam. Com que saudade recordo tudo e, apesar do sol não estar muito intenso, ponho os óculos escuros para que as pessoas não vejam os olhos húmidos. Como era bom poder voltar para trás e viver tudo outra vez.

domingo, 2 de agosto de 2015

PASSEANDO POR LISBOA E VOANDO NO TEMPO

Aproveitando a nossa estadia no Funchalinho, temos dado longos passeios por Lisboa (pensava que as minhas pernas já não permitiam) enquanto recordo todos os momentos que ali vivi até aos meus trinta e sete anos. Tem sido muito bom e sinto-me feliz naquela Lisboa que tanto amo. Há dias, deixámos o carro no parque do Largo de Camões, apanhámos o eléctrico para a Graça e, depois de passarmos pelo miradouro Sofia de Mello Breyner Andresen, descemos aquela longa escadaria até aos novos jardins da cerca da Graça que estão lindos. Depois de um refresco, tomado no quiosque destes jardins, continuámos a escadaria até à Mouraria, dali até à Martin Moniz e na Rua Barros Queirós parámos na esplanada do velho Restaurante Tábuas para almoçar. As pernas, embora doessem um bocadinho, tinham aguentado uma caminhada que eu pensava já não serem capazes de fazer. Acabado o almoço, de novo a andar até ao Elevador de Santa Justa que tantas vezes subi por dois tostões sem ter que esperar em qualquer fila e agora tivemos de pagar cinco euros por pessoa, depois de aguardarmos numa longa fila. Depois da subida no elevador, de novo a caminhar pelo Largo do Carmo, Chiado e Praça Luís de Camões de onde tínhamos partido. A caminhar passámos de uma colina para outra desta Lisboa que cada vez está mais linda. Apesar de, nesta cidade, sempre ter feito grandes caminhadas, nunca me pensei ainda capaz deste feito. Deste dia maravilhoso, apenas um pequeno senão. Ao entrar, com a minha bengala, no eléctrico, que estava a abarrotar, imediatamente uma senhora se levantou para me dar o seu lugar. Ora durante os muitos anos que utilizei este meio de transporte fui sempre eu que cedia o meu lugar quando estava sentado e via uma senhora de pé. Agora é o contrário e, embora tivesse agradecido e não quisesse aceitar fui eu, afinal, que seguiu sentado. AI … OS ANOS NÃO PERDOAM!