sexta-feira, 9 de abril de 2010

SAUDADE

Minha querida e adorada Teresinha, faz hoje um ano que me deixaste aqui sozinho com uma saudade tão grande, tão grande que parece aumentar dia a dia.

Estive junto da nossa campa recordando todos os maravilhosos momentos que passámos juntos com uma dor muito grande por já não os podermos viver.

Passou tudo tão depressa como deixaste escrito num dos bilhetes que me escreveste e que guardo junto de mim.

Meu amor com que saudade tão grande eu te recordo.

Alma minha gentil, que te partiste
tão cedo desta vida descontente,
Repousa lá no Céu eternamente,
E viva eu cá na terra sempre triste.

Se lá no assento etéreo, onde subiste,
Memória desta vida se consente,
Não te esqueças daquele amor ardente
Que já nos meus olhos tão puro viste.

E se vires que pode merecer-te
Alguma cousa a dor que me ficou
Da mágoa sem remédio, de perder-te,

Roga a Deus que teus anos encurtou,
Que tão cedo de cá me leve a ver-te,
Quão cedo de meus olhos te levou”

Luís de Camões

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