sexta-feira, 27 de julho de 2012

A NELA

Um dos motivos que me levou ao 3º. Encontro do Grupo “Eu Amo a Cidade do Huambo, ex-Nova Lisboa” foi o simpático convite que a Ferreira Nela me enviou. Através dos tempos, eu e a Nela, temos tido vários contactos que nos tem aproximado e cimentado uma amizade muito especial e muito forte. Conhecemo-nos na FINOL, Feira Internacional de Nova Lisboa, onde eu fui comissário e a Nela representava a Kaminomoto da Casa York, com um dos mais bonitos stands daquele certame representando um pagode chinês. Conversávamos sempre que eu, em visita aos vários stands, parava naquele para um pouco de convívio. Numa eleição para “Miss Finol” escolhida entre a mais simpática de todas as recepcionista, ganho por minha filha, a Lena foi a sua mais séria adversária. Obrigados a deixar aquela terra que tanto adorávamos perderam-se todos os contactos entre as pessoas. Passados muitos anos li, num fórum sobre automobilismo, o comentário da Nela que dizia ainda possuir o livro de 1972 das “6 Horas Internacionais de Nova Lisboa”. Não fazia a mais pequena ideia de que era a mesma pessoa que eu tinha conhecido na Finol e também não é meu costume pedir nada a ninguém e mais a mais a alguém que nem sequer conhecia a não ser do fórum. Mas tinha um desgosto tão grande de não ter uma recordação daquela prova, com tanto entusiasmo organizada, que tive a ousadia de lhe enviar uma mensagem a perguntar se não me emprestava o livro para o fotocopiar. De imediato, a Nela respondeu dizendo que ela própria o iria fotocopiar e pedindo a minha morada para o enviar o que sucedeu passado algum tempo. Este gesto sensibilizou-me muito pois poucas pessoas teriam um procedimento destes, mas a Nela é assim, considerando que tem uma missão terrena de ajudar os amigos em tudo que pode. Os amigos e os desconhecidos, digo eu, porque naquela altura a Nela nem me conhecia. Mantivemos depois contacto, através do fórum, e soube da filha estar a frequentar a Universidade de Évora e dos problemas que estava a ter. Tentei aconselhá-la e de quem contactar para tentar resolver este problema. Uma vez que veio a Évora por causa da filha era para nos termos encontrado mas, já não sei porque motivo, eu não pude aparecer. E porque eu, ou porque ambos deixámos aquele fórum uma nova interrupção existiu na nossa ligação. Mais tarde voltámo-nos a encontrar no Facebook até que neste Encontro, finalmente, nos encontrámos e algo de muito forte e especial ali nasceu. Uma amizade muito forte que só o mistério de África é capaz de fazer nascer entre as pessoas. Da Nela e do Marido recebi, naquela altura, provas de uma consideração muito grande que jamais poderei esquecer. Obrigado Nela por, nesta última etapa da minha vida, me teres dispensado tanta e tanta amizade. Guardo-te no meu coração com uma gratidão muito grande. Só quem viveu em África poderá compreender o sortilégio que liga as pessoas umas às outras com laços tão forte.

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