domingo, 26 de julho de 2009

RECORDANDO EMÍDIO POIARES



Através de um fórum que estava consultando tomei conhecimento, com grande tristeza, que o meu Amigo Emídio Poiares já não pertencia ao mundo dos vivos.

Conheci o Emídio no mundo dos automóveis, entrando em todas as provas pelo prazer de participar e sem quaisquer ambições aos lugares cimeiros. Participava pelo amor ao desporto e pelo convívio com os seus participantes onde criava amigos devido ao seu fino trato.

Mais tarde, quando ficou sem navegador para os ralis pediu-me para fazer equipa com ele.

Embora tivesse prometido a minha mulher não entrar mais em competições, não tive coragem para não aceitar o seu convite, até porque o “bichinho” dos ralis ainda estava vivo dentro de mim.

Adoptei o anagrama de Adrecal para que minha mulher não suspeitasse de que andava novamente metido em provas e participei com o Emídio em dois ralis que não chegámos a terminar.

No rali do BCA tivemos de desistir na segunda etapa, perto da Quibala, por terem rebentado os dois pneus sobressalentes que levávamos, pelo que, depois de termos conseguido que nos reparassem um deles, desistimos e voltámos para Nova Lisboa, pois havíamos perdido muito tempo.

O outro foi no Rali da Petrangol que eu, aproveitando a minha estadia em Luanda, estudara em pormenor todo o percurso pensando que nos podíamos classificar relativamente bem. Porém, a meio no primeiro troço cronometrado começamos com problemas e tivemos de desistir no final deste. Felizmente que ficava às portas de Luanda.

Quebrara-se um apoio do motor e o Emídio quando mandara fazer a revisão e preparação do carro havia recomendado que os mudassem.

Ainda pensámos fazer o TAP/73 mas tivemos de desistir por falta de patrocínios.

Mais tarde, o Emídio pensou comprar um Lotus ao Dr. Ivon Brandão que lhe exigiu um avalista para as letras. Prontamente lhe dei o meu aval pois tinha a certeza que ele não faltaria aos seus compromissos, como de facto não faltou.

Regressado a Portugal, apenas encontrei, uma vez em Lisboa, a Esposa que me disse estarem a viver em Rio Maior.

Nunca mais soube deles, estranhando não o encontrar nunca nos encontros dos pilotos de Angola realizados periodicamente.

Das várias vezes que tentei saber dele nunca ninguém me soube dizer nada.

Só ontem, ao ler aquele tópico soube que o Emídio tinha falecido e hoje, através de uma indicação que o Asperezas me deu, tomei conhecimento, noutro fórum num “post” de seu primo, que havia sido vítima de um acidente de viação.

Com o coração cheio de amargura, deixo aqui a minha singela homenagem a Alguém de quem fui muito amigo e que recordo com saudade.

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